Manoel de Oliveira - Uma História do Cinema Português
A importância de Manoel de Oliveira no cinema português é colossal. Ele é uma figura incontornável que acompanha o cinema português desde as primeiras curtas-metragens até aos dias de hoje. Assim faz todo o sentido acompanhar a vida e a obra do “Mestre” até ao dia em que se celebrará o seu centésimo quinto aniversário natalício. Refira-se que no grande Livro dos Recordes, o Guinness, Manoel de Oliveira figura como o único realizador de cinema com mais anos de atividade.
Biografia
A 11 de Dezembro de 1908, no Porto, nascia Manoel Cândido Pinto de Oliveira no seio de uma família da burguesa industrial. Nasceu na casa que o pai havia construído junto da fábrica de passamanarias, cresceu e viveu nela até à data do seu casamento.
Uma das questões que deverá ser já esclarecida é a caligrafia do seu nome. Em 1908 o nome Manuel escrevia-se com “o” e não com “u” como acontece hoje em dia. Passados poucos anos corrigiram o nome ao cineasta para “u”, mas ele continuou a assinar com “o”. Depois do seu filme «Amor de Perdição» regista oficialmente o seu nome com “o”.
O mais famoso e mais antigo realizador português é filho de um dos maiores visionários do início do século, Francisco José de Oliveira, o primeiro fabricante de lâmpadas eléctricas e de produtos hidroeléctricos em Portugal. Como o próprio Manoel narra, o seu pai só não teve mais sucesso nos negócios porque o país ainda não estava preparado para a electricidade como a vizinha Espanha estava.
Manoel de Oliveira fez os seus primeiros anos de escola no Porto, no Colégio Universal, e mais tarde no Colégio Jesuíta de La Guardiã, na Galiza (Espanha). Mas a sua juventude foi preenchida principalmente através das actividades desportivas.
Praticou ginástica, natação, atletismo, no qual foi campeão de salto à vara, e automobilismo, onde se saiu vitorioso em provas em Portugal (principalmente no Circuito da Boavista), Espanha e no Brasil.
A importância de Manoel de Oliveira no cinema português é colossal. Ele é uma figura incontornável que acompanha o cinema português desde as primeiras curtas-metragens até aos dias de hoje. Assim faz todo o sentido acompanhar a vida e a obra do “Mestre” até ao dia em que se celebrará o seu centésimo quinto aniversário natalício. Refira-se que no grande Livro dos Recordes, o Guinness, Manoel de Oliveira figura como o único realizador de cinema com mais anos de atividade.
Biografia
A 11 de Dezembro de 1908, no Porto, nascia Manoel Cândido Pinto de Oliveira no seio de uma família da burguesa industrial. Nasceu na casa que o pai havia construído junto da fábrica de passamanarias, cresceu e viveu nela até à data do seu casamento.
Uma das questões que deverá ser já esclarecida é a caligrafia do seu nome. Em 1908 o nome Manuel escrevia-se com “o” e não com “u” como acontece hoje em dia. Passados poucos anos corrigiram o nome ao cineasta para “u”, mas ele continuou a assinar com “o”. Depois do seu filme «Amor de Perdição» regista oficialmente o seu nome com “o”.
O mais famoso e mais antigo realizador português é filho de um dos maiores visionários do início do século, Francisco José de Oliveira, o primeiro fabricante de lâmpadas eléctricas e de produtos hidroeléctricos em Portugal. Como o próprio Manoel narra, o seu pai só não teve mais sucesso nos negócios porque o país ainda não estava preparado para a electricidade como a vizinha Espanha estava.
Manoel de Oliveira fez os seus primeiros anos de escola no Porto, no Colégio Universal, e mais tarde no Colégio Jesuíta de La Guardiã, na Galiza (Espanha). Mas a sua juventude foi preenchida principalmente através das actividades desportivas.
Praticou ginástica, natação, atletismo, no qual foi campeão de salto à vara, e automobilismo, onde se saiu vitorioso em provas em Portugal (principalmente no Circuito da Boavista), Espanha e no Brasil.
Desde novo que Manoel mostrou interesse pelo cinema, muito por
influência de seu pai que o levou a ver filmes do Charlot/Charles Chaplin e de Max
Linder. Oliveira inspirou-se sempre ao longo da sua carreira nos filmes de David
Wark Griffith, dos filmes expressionistas alemães e do cinema francês,
marcaram-no filmes como «A Paixão de Joana d’Arc», de Carl
Dreyer, «A Linha Geral» de Sergei Eisenstein e
«A Mãe» de Pudovkine.
Cresceu assim o seu sonho de adolescente de ser actor. No entanto,
e tal como era esperado aos dezassete anos junta-se aos seus dois irmãos mais
velhos, Francisco e Casimiro, na administração da fábrica do seu pai.
Aos vinte anos, Manoel começa os seus estudos na Escola de Actores de Cinema de Rino Lupo, a sua primeira tentativa de cumprir os seus desejos de adolescente.
Em 1928 faz a sua primeira figuração num filme do seu mentor, Rino Lupo, «Fátima Milagrosa», onde contracena também com o irmão Casimiro, com o qual tinha uma relação muito próxima devido à pouca diferença de idade, um ano e meio apenas, enquanto tinha uma distância de nove anos do irmão mais velho, Francisco.
Em 1930, é considerado um dos mais fotogénicos cineastas portugueses pela revista Imagem Pública, é também nesta altura que ganha um estatuto de galã na sociedade portuguesa.
Ainda nos anos 30, o pai oferece-lhe uma máquina de filmar Kimano (35mm) para a qual arranja a muito custo a película. Tentou várias experiências com cinema de animação que acaba por não concluir. Mas com a ajuda do seu amigo António Mendes, fotógrafo, começa a filmar o seu primeiro filme «Douro, Faina Fluvial», ainda numa versão muda. Este filme inspirou-se na «Berlim, Sinfonia de uma Capital», de Walter Ruttman.
Ao longo da sua carreira, Manoel de Oliveira tem tido muito mais sucesso no estrangeiro do que em Portugal, isto porque os críticos consideram que a acção nos seus filmes se desenrola de forma demasiado lenta, porque dá mais importância ao conteúdo do que aos actos, sendo que a câmara raramente se move. Manoel encena tudo rigorosamente para que o espectador não se distraia com pormenores supérfluos, agarrando-o desta forma à história.
Realizou ao longo da sua carreira inúmeros documentários como «Hulha Branca» (1932), «Miramar, Praia das Rosas» (1938), «Portugal já faz automóveis» (1938), «Famalicão» (1940).
Aos vinte anos, Manoel começa os seus estudos na Escola de Actores de Cinema de Rino Lupo, a sua primeira tentativa de cumprir os seus desejos de adolescente.
Em 1928 faz a sua primeira figuração num filme do seu mentor, Rino Lupo, «Fátima Milagrosa», onde contracena também com o irmão Casimiro, com o qual tinha uma relação muito próxima devido à pouca diferença de idade, um ano e meio apenas, enquanto tinha uma distância de nove anos do irmão mais velho, Francisco.
Em 1930, é considerado um dos mais fotogénicos cineastas portugueses pela revista Imagem Pública, é também nesta altura que ganha um estatuto de galã na sociedade portuguesa.
Ainda nos anos 30, o pai oferece-lhe uma máquina de filmar Kimano (35mm) para a qual arranja a muito custo a película. Tentou várias experiências com cinema de animação que acaba por não concluir. Mas com a ajuda do seu amigo António Mendes, fotógrafo, começa a filmar o seu primeiro filme «Douro, Faina Fluvial», ainda numa versão muda. Este filme inspirou-se na «Berlim, Sinfonia de uma Capital», de Walter Ruttman.
Ao longo da sua carreira, Manoel de Oliveira tem tido muito mais sucesso no estrangeiro do que em Portugal, isto porque os críticos consideram que a acção nos seus filmes se desenrola de forma demasiado lenta, porque dá mais importância ao conteúdo do que aos actos, sendo que a câmara raramente se move. Manoel encena tudo rigorosamente para que o espectador não se distraia com pormenores supérfluos, agarrando-o desta forma à história.
Realizou ao longo da sua carreira inúmeros documentários como «Hulha Branca» (1932), «Miramar, Praia das Rosas» (1938), «Portugal já faz automóveis» (1938), «Famalicão» (1940).
Oliveira considera que “são
filmes menores do ponto de vista cinematográfico”. Realizou-os durante as
pausas. Nessa altura não estava a trabalhar e os amigos pediam-lhe para fazer
filmes (…) para enganar o tempo…, nada mais. Quando realizou os seus primeiros
documentários já tinha consciente ou inconscientemente o desejo reprimido de
ficção…
Em 1933, tem de novo destaque como actor ao participar no filme de Cottinelli Telmo, «A Canção de Lisboa», um dos maiores clássicos do cinema português. Em 1934, estreia a versão sonora de «Douro Faina Fluvial» que o consagrou como cineasta.
Em 4 de dezembro de 1940, casa com Maria Isabel Brandão de Meneses de Almeida Carvalhais, da qual tem nove anos de diferença, casamento que dura até hoje e do qual nasceram dois filhos e uma filha.
A sua primeira longa-metragem foi «Aniki-Bóbó», mais um filme de Oliveira que gerou enorme controvérsia em Portugal, este porque os críticos viram na forma naturalista de filmar o Porto e os seus habitantes uma especificidade neo-realista. Apesar de ter sido muito mal recebido aquando da sua estreia, com o passar dos anos «Aniki-Bóbó» tornou-se um dos mais populares filmes portugueses.
Logo após a sua primeira longa-metragem, Manoel de Oliveira entrou numa fase de paragem, esteve catorze anos sem estrear um filme. Na década de 40 não saíram do papel filmes e documentários como: «Hino da Paz», «Saltimbancos», enquanto também o mesmo aconteceu na década de 50 com «Angélica», «Pedro e Inês», «Vilarinho das Furnas», «A Velha Casa», «As Monstruosidades Vulgares», «O Bairro de Xangai», «De Dois Mil Não Passarás», «Palco de Um Povo», «O Poeta». Estes filmes não foram realizados porque Manoel não conseguia financiamento para eles. Essas pausas foram necessárias. Essa reflexão existiu e modificou o seu pensamento sobre o cinema…
É então nesta fase que Manoel volta aos negócios da família, à agricultura e ao cultivo do Vinho do Porto.
Em 1933, tem de novo destaque como actor ao participar no filme de Cottinelli Telmo, «A Canção de Lisboa», um dos maiores clássicos do cinema português. Em 1934, estreia a versão sonora de «Douro Faina Fluvial» que o consagrou como cineasta.
Em 4 de dezembro de 1940, casa com Maria Isabel Brandão de Meneses de Almeida Carvalhais, da qual tem nove anos de diferença, casamento que dura até hoje e do qual nasceram dois filhos e uma filha.
A sua primeira longa-metragem foi «Aniki-Bóbó», mais um filme de Oliveira que gerou enorme controvérsia em Portugal, este porque os críticos viram na forma naturalista de filmar o Porto e os seus habitantes uma especificidade neo-realista. Apesar de ter sido muito mal recebido aquando da sua estreia, com o passar dos anos «Aniki-Bóbó» tornou-se um dos mais populares filmes portugueses.
Logo após a sua primeira longa-metragem, Manoel de Oliveira entrou numa fase de paragem, esteve catorze anos sem estrear um filme. Na década de 40 não saíram do papel filmes e documentários como: «Hino da Paz», «Saltimbancos», enquanto também o mesmo aconteceu na década de 50 com «Angélica», «Pedro e Inês», «Vilarinho das Furnas», «A Velha Casa», «As Monstruosidades Vulgares», «O Bairro de Xangai», «De Dois Mil Não Passarás», «Palco de Um Povo», «O Poeta». Estes filmes não foram realizados porque Manoel não conseguia financiamento para eles. Essas pausas foram necessárias. Essa reflexão existiu e modificou o seu pensamento sobre o cinema…
É então nesta fase que Manoel volta aos negócios da família, à agricultura e ao cultivo do Vinho do Porto.
Em 1955, viaja para a Alemanha para frequentar um estágio
intensivo nos laboratórios da AGFA, para estudar a cor aplicada ao cinema. Deste
estágio resulta a sua primeira aplicação à cor com o documentário «O
Pintor e a Cidade» que só teve a sua estreia em 1956.
Em 1971, estreia «O Passado e o Presente» que
mais uma vez recebe galardões de louvores internacionalmente e polémica em
Portugal. Com este filme Oliveira inaugura a chamada “Fase Gulbenkian” do cinema português. É também a partir deste filme
que o cineasta dá início à Tetralogia dos Amores Frustrados com «Benilde
ou a Virgem Mãe», «Amor de Perdição» e «Francisca».
É a partir de 1960 que começa a sua consagração definitiva no plano internacional recebendo uma menção honrosa no Festival de Locarno (Suíça) em 1964. Em 1980 recebe a medalha de ouro pela CIDALC, em 1985 recebe um Leão de Ouro do festival de Veneza (Itália) com o filme «O Sapato de Cetim».
Em 1987 realiza um documentário «A propósito da Bandeira Nacional» onde está incluído uma exposição do pintor Manuel Casimiro de Oliveira, seu filho. Mais uma das referências à sua família acontece num seus últimos filmes «D. Sebastião», onde o seu neto Ricardo Trepa interpreta o papel principal.
Em 1990 apresenta extra concurso ao Festival de Cannes o filme «Non ou Vã Glória de Mandar», graças ao qual recebeu uma menção especial do júri oficial. Em 1995 a Sociedade Portuguesa de Autores atribui-lhe o prémio Carreira, e em 1997 foi considerado o melhor realizador pela SIC/CARAS.
Oliveira também escreveu para teatro, encenando mesmo o Festival “A Cidadela do Teatro”, em Itália.
A partir de 1987, Manoel Oliveira estabeleceu um ritmo nunca visto antes na história do cinema, tem feito em média um filme por ano, pelo que em 2009 espera-se ainda a estreia de dois, lá para o final do ano. Não nos podemos esquecer também que este realizador é o mais velho ainda em actividade e que está prestes a chegar aos cem anos de vida.
Manoel de Oliveira já realizou um documento autobiográfico «A visita - Memórias e Confissões», mas que apesar de estar pronto desde 1982 será exibido apenas depois da morte do cineasta a seu pedido.
É a partir de 1960 que começa a sua consagração definitiva no plano internacional recebendo uma menção honrosa no Festival de Locarno (Suíça) em 1964. Em 1980 recebe a medalha de ouro pela CIDALC, em 1985 recebe um Leão de Ouro do festival de Veneza (Itália) com o filme «O Sapato de Cetim».
Em 1987 realiza um documentário «A propósito da Bandeira Nacional» onde está incluído uma exposição do pintor Manuel Casimiro de Oliveira, seu filho. Mais uma das referências à sua família acontece num seus últimos filmes «D. Sebastião», onde o seu neto Ricardo Trepa interpreta o papel principal.
Em 1990 apresenta extra concurso ao Festival de Cannes o filme «Non ou Vã Glória de Mandar», graças ao qual recebeu uma menção especial do júri oficial. Em 1995 a Sociedade Portuguesa de Autores atribui-lhe o prémio Carreira, e em 1997 foi considerado o melhor realizador pela SIC/CARAS.
Oliveira também escreveu para teatro, encenando mesmo o Festival “A Cidadela do Teatro”, em Itália.
A partir de 1987, Manoel Oliveira estabeleceu um ritmo nunca visto antes na história do cinema, tem feito em média um filme por ano, pelo que em 2009 espera-se ainda a estreia de dois, lá para o final do ano. Não nos podemos esquecer também que este realizador é o mais velho ainda em actividade e que está prestes a chegar aos cem anos de vida.
Manoel de Oliveira já realizou um documento autobiográfico «A visita - Memórias e Confissões», mas que apesar de estar pronto desde 1982 será exibido apenas depois da morte do cineasta a seu pedido.